A Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Benevenuto Mariano de Uiraúna-PB realizou quarta-feira (16) de abril de 2025 uma Palestra que teve como tema Fraternidade e Ecologia Integral tendo como público-alvo os estudantes do 5º ao 9º ano da unidade escolar.
A palestrante foi a advogada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutora em Direito Ambiental pela Universidade de Salamanca na Espanha, Ex-Secretária do Meio Ambiente no Município de Conde-PB na gestão da ex-prefeita Márcia de Figueiredo Lucena Lira – Márcia Lucena (PT), ex-presidenta do Comitê Gestor Municipal do Projeto Orla de Conde (PB) e atual Analista Administrativo, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz atuando dentro da Coordenação-Geral de Articulação Interna e Análise de Riscos em Brasília-DF), Dra. Vescijudith Fernandes Moreira.

Estiveram presentes na palestra a diretora da escola, Celma Pinheiro de Oliveira Almeida, a professora Malu de Oliveira, o coordenador Alcivan e o professor Eliezer.
A Campanha da Fraternidade 2025, que teve como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), que propôs uma reflexão sobre a responsabilidade coletiva na construção de uma sociedade baseada na solidariedade e no respeito à criação. A Campanha da Fraternidade inspirada pela Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco abordou outra vez a temática ambiental, com o objetivo de “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”.

O Papa Francisco, na encíclica Laudato Si’, enfatiza a interdependência entre os seres humanos e o meio ambiente, propondo uma conversão ecológica que abarque tanto a justiça social quanto a sustentabilidade ambiental. A degradação da natureza não pode ser dissociada das desigualdades e das injustiças que afetam os mais vulneráveis.
“Com a Campanha da Fraternidade sobre Ecologia Integral, a Igreja Católica esperou contribuir para o despertar de muitos para a grandeza, a urgência e a beleza do desafio de cuidar da Casa Comum, o nosso planeta. A Campanha visava mobilizar a sociedade para a adoção de atitudes preservacionistas, projetos de regeneração ambiental em regiões atingidas por catástrofes climáticas, estímulo à reciclagem de resíduos, produção orgânica e ecológica, conhecimento dos biomas e ecossistemas e projetos econômicos sustentáveis de inclusão social”, disse a Doutora em Direito Ambiental, advogada Vescijudith Fernandes Moreira.
A Doutora Vescijudith Fernandes Moreira, disse que a Campanha da Fraternidade convidou a sociedade civil para um modo de vida consciente, com compaixão, comprometido e com cuidado com o planeta, para que as futuras gerações recebam uma Terra viável.
“Todos necessitamos nos envolver, cada um tem de fazer a sua parte, cada pessoa, as escolas, as associações, as igrejas, os governos federal, estadual e municipal. Não adianta disfarçar que está tudo normal”, declarou Vescijudith Fernandes Moreira. “O aquecimento global está aí, estamos sentindo na pele ondas extremas de calor, tempestades, seca severa. Devemos mudar nossos hábitos de consumo. O planeta não dá conta dessa voracidade”, completou.
O pecado ecológico e a responsabilidade cristã
Durante a palestra, Dra. Vescijudith Fernandes Moreira abordou um conceito importante: o pecado ecológico. Esse termo, formulado durante o Sínodo da Amazônia de 2019, refere-se a toda ação humana que degrada a criação, como o desmatamento, a poluição dos rios, a contaminação dos alimentos por agrotóxicos e o descarte inadequado de resíduos. “A natureza é viva e sente os efeitos de nossas atitudes. Confessar nossos pecados ecológicos é um passo fundamental na caminhada de conversão”, afirmou.
“Não é preciso fazer muito esforço para reconhecer que vivemos uma profunda crise socioambiental com consequências nefastas para grande parte da humanidade. Os sintomas estão aí bem perto de nós: secas, enchentes, tempestades, desmoronamentos, furacões, calor, queimadas, agrotóxicos e doenças. O modelo de desenvolvimento capitalista, fundamentado na exploração dos patrimônios naturais, na queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo, na expansão desregrada do consumo e na relação mercantilista com a natureza, tem contribuído para uma série de problemas ambientais, como a degradação do solo, o desmatamento, o extrativismo predatório, a poluição, a escassez de água, o comprometimento da biodiversidade com a extinção de algumas espécies e as mudanças climáticas” ressalta Dra. Vescijudith Fernandes Moreira.
“Precisamos superar o consumismo, não desperdiçar água, cuidar dos resíduos, apoiar a agricultura familiar camponesa e suas lutas contra agrotóxicos, desmatamento e destruição da biodiversidade, tomar posição contra projetos políticos que destroem a casa comum como pulverização área, mineração, destruição das leis de proteção ambiental para favorecer os interesses do capital e defender e apoiar comunidades e movimentos que lutam pela preservação ambiental e por justiça social”, pontuou Dra. Vescijudith Fernandes Moreira.
“A Ecologia Integral é um conceito que une dimensões ambientais, sociais, culturais, econômicas e espirituais, promovendo uma visão integradora em que o ambiente é reconhecido como uma casa a ser cuidada, e não como um recurso a ser explorado. A questão da Ecologia Integral é indissociável do desenvolvimento humano integral, que só pode ser construído a partir de um paradigma cultural diferente, que não é fundamentado no poder da técnica, mas no diálogo e na colaboração entre as pessoas e na contemplação da natureza e da espiritualidade”, afirmou Dra. Vescijudith Fernandes Moreira.
Abdias Duque de Abrantes Advogado, jornalista, servidor público, graduado em Jornalismo e Direito pela UFPB e pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Potiguar (UnP), que integra a Laureate International Universities.